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Gobet

Posted in linha materna with tags , , , , , , on maio 15, 2008 by amodeo

GOBET

 

 

 

São muitas as possibilidades de variantes com mesma origem: Gobete, Gubo, Gubbicco, Gobel, Goblet, Gobi, Gobetta, Gobett, Gobet dit des Antoz, Gobbet, Gobbet dit Grand, Gobet dit Gaudy, Goisbert, Gaubert, Goubert,

 

Existem outras variações de origem essencialmente italiana: Gobbeti, Gobbeto, Gobbato, Gobet e Gobbin. Não sendo o caso para este ramo familiar estudado. Essas derivações apontam a origem do nome em Gobbi, sobrenome típico italiano proveniente de uma característica física “gobba ou gòbbo”, com sentido de encurvado, ou as corcovas de um camelo.

Gobet, no ramo em foco, tem primordiais origens teutônicas e posteriormente presente no idioma anglo-saxão antes mesmo do séc. VII: God (got, gott, good) + Bald (berht, bert, bright), denota, com variações de significados semelhantes: Brilhante como o sol ou brilhante como o dia, Iniciado+brilhante; Princípio de Deus; Deus+Logo – no sentido de brilho muito próximo, de imediato, sem mediação representando Deus está presente aqui; clarão ou Início de Deus; Deus contundente, Deus famoso ou fama (difusão) de Deus, Deus célebre.
Após o nome habitar a Grã-Bretanha dirigiu-se a algumas regiões européias incluindo-se Suíça, ao menos desde o século XIV, constituindo uma única linhagem em Fribourg.

Alguns indicam os Gobet franceses como uma distinta linhagem sem relação com os suíços. Apontam para o francês antigo gobe = vaniteux, com o sentido de garboso. Entretanto assinalam o mesmo percurso nas origens do apelido. Por outros estudiosos, ou em um contexto medieval, pode ser interpretado como glorioso, “buscar a glória” [de (em) Deus]. Afinal o que se podia buscar de maior glória, à essa época, era um espírito impregnado das bençãos divinas, do brilho de Deus. Esta variação francesa pode ainda relacionar-se à busca da valentia, da fama, ao ser radiante como aqueles que o faziam nos torneios e justas, ao ser “garboso” como pessoa brilhante e respeitada, ou possuidor de brilhante armadura, sinal de boa posição. Descrita a interpretação francesa verifica-se não se distanciar das suíças. Não se encontra material suficiente que impeça uma conotação onde os ramos paralelos, suíço e francês, possuam a mesma origem em uma linhagem com primários ancestrais anglo-germânicos.

Gobet deriva Goblet. Denota um recipiente, vaso, frasco, ou cálice. Goblet, Goble ou Gobel, como em René Goblet, primeiro-ministro francês (n. 26/11/1828, Aire-sur-la-Lys). Goblet em inglês tem o mesmo sentido de cálice. Gobele em Portugal empregado como copo alto de captação e precipitação. Apenas por curiosidade, desta variação, existem lendas nos cantões suíços relacionadas aos simbolismos do cálice. Ainda no “Novo dicionário francez-portuguez” de Jose da Fonseca (editado em Paris 1850), relaciona-se gobet como o popular ghobé significando um “bocado” ou mesmo “cereja”.

O termo teutônico God / Gott ou Goth relaciona-se à denominação genérica dos godos e origina gótico, como etnia com produção técnico-artística excepcional na Idade Méda. Primeira expressão cultural vultuosa realmente européia ocidental.

Alguns dos registros mais antigos do nome de família estão na Inglaterra, encontrado no feudo em Hampshire, entre os Lords of the Manor; Godbryt registrado na cidade de Exeter (King Canute 1016 – 1035; William Godebrich em Essex 1262 e Gilbert Godebrith de Suffolk no ano 1327; encontram-se ainda Johanneta Gobetta em 1428, Peter Gobi em 1445, Johann Gobet em 1623.
Na Suiça em 1394 e 1498, e na França cerca de 1600. Há registros históricos de Fribourg que apontam um forte relacionamento, e influência, de diversos membros da família Gobet com Comendadorias da Ordem de Malta (Ordem dos Hospitalários).
Segundo um genealogista suíço renomado, Diesbach, todas as famílias com sobrenome Gobet, oriundos de sua Confederação, têm origem no Cantão de Fribourg (burgo livre, franqueado, dos francos). Os primeiros registros verificados em Fribourg (CH) é o de Henslinus Gobel em 1394 e Petrus et Hanso Gobet em 1428

CONTEXTO EMIGRATÓRIO
Muitas famílias de Fribourg (CH) imigraram ao Brasil a partir de 1819-20 por solicitação de D. João VI. Dada a parca população do local de origem pode-se pensar na probabilidade de parentes da família Gobet entre os que imigraram. A paróquia na qual se fixaram, recebeu o nome de São João Batista de Nova Friburgo, fundação em 1820. Em 1824, à época de D. Pedro I, imigravam a essa vila muitas famílias de origem alemã.

Após uma tentativa frustrada ao sul da Bahia, essa foi a primeira imigração planejada para o Brasil, com suíços e alemães (Nova Friburgo). Seguiu-se uma segunda onda imigratória, também com povos de mesma origem. Vieram inicialmente para a região sul do país e posteriormente outra onda seguiu para o interior de São Paulo especialmente entre 1849 e 1859 através de contrato de trabalho com um ineficiente sistema de parceria feito pelo Sen. Nicolau Vergueiro que chegou a provocar várias insatisfações e levantes com repercussão nos países de origem. Os imigrantes deram enorme contribuição ao desenvolvimento da região e do país, transformando-o de fato.

O contexto da emigração suíça e germânica pode ser assim sintetizado:
A situação de muitas regiões da Europa no século XIX  era desalentadora. Guerras constantes: napoleônicas e locais; impacto crescente da primeira fase da Revolução Industrial; impacto do embargo continental napoleônico (1815-16), desemprego, condições sub-humanas, explosão demográfica (incremento de ~100% entre 1750/1850), fome; época com invernos extremamente rigorosos, conhecida como Pequena Idade do Gelo (com início a partir do séc. XIV), nas adversidades geradas pelo clima inclui-se conseqüências agravantes com as erupções do Vesuvio (séc. XVII) e principalmente do “ano sem verão” (1815/17) provocado pela erupção do vulcão Tambora (Indonésia), o céu da Europa sob esses cataclismos foi inclusive registrado pelo pintor Turner. Os povos suíços e germânicos estavam nessa situação, e se tornaram candidatos à emigração ao Brasil que, por sua vez, buscava alternativas aos escravos e a uma “europeização” das terras imperiais brasileiras. Normalmente os imigrantes utilizavam o porto da Holanda ou portos da Itália, especialmente Genova. Alguns alemães, e também teuto-suíços, imigraram para formarem uma legião no exército brasileiro à época de D. João VI e posteriormente, após a independência, muitos vieram ocultos sob a denominação de colonos para colaborar na defesa das fronteiras do sul do Brasil.

RAMO FAMILIAR E CONSIDERAÇÕES
Com quase absoluta certeza, pode-se dizer que todos os Gobet do Brasil, ao menos os habitantes do Estado de São Paulo, pertencem a uma mesma linhagem, com mesmo tronco imigratório e distribuídos em ramos paralelos. As estatísticas à época das imigrações são muitas vezes contraditórias, entretanto corroboram para a hipótese acima. Estimativas para meados do século XIX, baseadas no historiador alemão Handelmann e em um jornal germânico de mesma época, prevê um número reduzido de famílias, cerca de 200 a 250, de origem alemã e suíça assentadas neste estado.

O casal ancestral François Gobet (n. 1817 Progens, Fribourg, CH) e Jacinthe Conus emigraram ao Brasil em 1854. São citados em site de genealogia suíço. Vieram inicialmente para Piracicaba na Fazenda Ibicaba (próximo à Limeira) no reinado de D.Pedro II.

Sabe-se pouco sobre certas peculiaridades como hábitos privados ou a cultura familiar de ancestrais suíços já tão distantes (150 anos). Pela história do contexto, alguns registros de imigrantes, histórias de algumas colônias e cidades e pelos relatos familiares sobre os antepassados suíços é possível formarmos alguma idéia sobre esses pioneiros. Saber e apreciar o trabalho, a organização, o engenho e a arte, a disciplina e a determinação, o apreço pelos detalhes, a reflexão, os hábitos gastronômicos típicos e, ao mesmo tempo, a adaptabilidade diante das adversidades sem que isso signifique submissão cega ou conformismo (o que demonstram as constantes lutas pela melhoria de vida, movimentos reivindicatórios e mesmo revoltas organizadas por grupos de imigrantes ao Brasil), são algumas das virtudes presentes nesse povo.

As histórias de família apontam a origem da ascendência do ramo suíço nos franco-suíços (Gobet) e nos teuto-suíços (Hissnauer). Este último nome não deixa dúvida de sua origem germânica. Quanto aos Gobet, a emigração a partir de Freiburg, a sonoridade do sobrenome, algumas grafias dos prenomes e até mesmo algumas apreciações gastronômicas ainda presentes no ramo familiar estudado, colaboram para a confirmação suíça-francesa desses imigrantes.

A Suíça sempre foi uma região multiétnica, multicultural e multilingüe e essencialmente assentada na cultura do campo ainda que com cidades, indústria e serviços importantes internacionalmente.  Observando alguns aspectos históricos pode-se considerar que os suíços, de ontem e hoje, compreendem outros idiomas além do seu próprio e comungam comportamentos dos povos que originaram cada Cantão. Cabe ressaltar que respeitando a pluralidade de sua formação, a Suíça, há tempos demonstra sua própria identidade confirmada pelo pioneirismo da Confederação Helvetia datada do séc. XIII. Só há sentido na divisão política em confederação neste território tendo-se a visão de unidade e simultaneamente o respeito às distinções culturais e idiomas ali presentes, distinções essas formadas pelas influências dos respectivos povos, neste caso franceses e germânicos.

Referência suíça com citação do Ramo Familiar
http://www.diesbach.com/sghcf/g/gobet.html
Referência francesa
http://www.geocities.com/crisgobet/
Fazenda Ibicaba
http://www.fazendaibicaba.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda_Ibicaba
www.fazendaspaulistas.com.br/nucleos/limeira/ibicaba/index.htm
http://www.abphe.org.br/congresso1999/Textos/ANDRE_7.pdf
Imigração ao Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_no_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Friburgo
D. João VI – Família Imperial Brasileira
D.Pedro I e D. Pedro II

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_Imperial_Brasileira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_II_do_Brasil
Cronologia historica do Brasil
http://www2.camara.gov.br/conheca/historia/colonia.html

Textos sobre a imigração suíça
http://64.233.169.104/search?q=cache:eJkX_rYnd74J:www.fflch.usp.br/dh/neho/arquivos/dietrich_imigracao_suica.pdf+imigra%C3%A7%C3%A3o+sui%C3%A7a&hl=en&ct=clnk&cd=4
http://www.helvetia.org.br/his_antecedentes.htm
http://www.swissinfo.ch/por/swissinfo.html?siteSect=105&sid=7320526
 

Sobre a Suíça
http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a
http://en.wikipedia.org/wiki/Switzerland
http://www.swissinfo.org/spa/swissinfo.html?siteSect=881&sid=4177462
Napoleão. Guerras Napoleônicas

http://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_Napole%C3%B3nicas
Impactos da Revolução industrial
http://www.portalbrasil.eti.br/historiageral_revolucaoindustrial.htm

http://www.cefetsp.br/edu/eso/fausto/revolucaofrancesa.html
Pequena Idade do Gêlo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pequena_Idade_do_Gelo
swissinfo
O céu da Europa na Pequena era do Gelo / Tambora
Turner – Pintor

http://www.theartwolf.com/turner_biography_es.htm
Vulcão Tambora
http://www.guiafriburgo.com.br/guiafriburgo/cidade/historia/links-historia/hist03.htm

www.discoverybrasil.com/terra/sem_verao/terra_extremo_tambora/index.shtml
http://www.discoverybrasil.com/terra/sem_verao/index.shtml
http://www.earlham.edu/~ethribe/web/tambora.htm